quarta-feira, 27 de março de 2013

"O ídolo de uma geração" :: Balakov




Kassimir Balakov chega ao Sporting na temporada 1990/91 proveniente de um clube búlgaro, FC Etar Veliko Tarnovo, e durante cinco anos com a camisola leonina, espalhou a sua classe futebolistica nos relvados. A sua capacidade organizadora e o talento para fazer a equipa girar à volta do seu sentido de orientação, desmascararam como maestro sublime de algumas das melhores equipas leoninas dos últimos anos. Eis a sua ficha biográfica desportiva no Sporting:

Nome: Krasimir Genchev Balakov
Data de Nascimento: 29 de Março de 1966 (Veliko Tarnovo, Bulgária)
Nacionalidade: Bulgaro
Épocas: 5 (1990 a 1995)
Estreia no Sporting: Sporting 2-0 Penafiel, Estádio José de Alvalade (Lisboa), 12/01/1991
Jogos: 168 ;
Golos: 59 ;
Taça de Portugal: 1 título (1994/95);
Selecção Nacional: 92 internacionalizações (Bulgária), membro da selecção Búlgara que classificou-se em quarto lugar no Campeonato do Mundial de Futebol 1994 ;


Foto: Balakov no jogo Sporting - V.Setúbal época 1994/95.  

Foto: Balakov e o seu compatriota Búlgaro Iornadov, época 1993/94.


Foto: Balakov e Carlos Queiroz, nos festejos da Taça de Portugal conquistada frente ao Maritímo 1995. Este foi o último jogo do Búlgaro com a camisola Leonina.

Foi sem dúvida um dos grandes ídolos do Sporting dos anos 90. Durante as cinco temporadas que jogou de leão ao peito, há dois momentos que ficaram na memoria de todos os Sportinguistas, o golo marcado frente ao Benfica aos 20 segundos no jogo em Alvalade na época 1992/93, e o seu ultimo jogo com a nossa camisola leonina, no jogo da final da Taça de Portugal frente ao Marítimo na época 1994/95. O estádio Nacional de pé, despediu-se deste grande jogador, jamais o esqueceremos certamente. Curiosamente, neste dia (10/06/95) também para Luís Figo, este foi o seu último jogo de leão ao peito.

segunda-feira, 11 de março de 2013

João Rocha :: O Grande Presidente



João Rocha, a ele, o Sporting lhe deve eternamente toda a sua dedicação enquanto Presidente de todos os Sportinguistas.


Chegou à Presidência do Sporting Clube de Portugal a 7 de Setembro de 1973, com o sonho de erguer uma grande obra que representasse uma viragem histórica na vida dos clubes portugueses, quando o Clube vivia uma crise directiva, resultante do facto do Presidente recentemente eleito Valadão Chagas, ter ido para o Governo, deixando à frente do Clube, o seu vice Manuel Nazareth que afirmou não desejar ser Presidente do Sporting, por lhe faltar capacidade e tempo para o desempenho do cargo.

Surge assim a Sociedade de Construções e Planeamento, o primeiro projecto de Clube-Empresa em Portugal, idealizado por João Rocha e aprovado pelos sócios do Sporting em Novembro de 1973.
Em Março de 1974, o Governo autoriza a Sociedade e a emissão de 2,5 milhões de acções de valor nominal de 100 escudos cada. Porém a revolução de Abril deitaria por terra este projecto, mas não o entusiasmo de um Presidente que se entregou totalmente ao Clube durante os 13 anos que desempenhou funções, naquele que foi o mais longo mandato da história do Sporting Clube de Portugal.


Apesar do Sporting ser um Clube de elites e que há muitos anos era dirigido por pessoas ligadas ao regime politico que governava Portugal, João Rocha conseguiu que o Sporting passasse com relativa tranquilidade pelo conturbado período que se seguiu à revolução de 25 de Abril de 1974, aproveitando bem o estado de graça em que vivia, depois de uma temporada em que o futebol do Sporting ganhou o Campeonato Nacional e a Taça de Portugal, e chegou às meias-finais da Taça das Taças.


João Rocha foi sempre um Presidente presente e muito próximo dos atletas, dedicando-se especialmente ao futebol, onde ganhou três Campeonatos Nacionais, três Taças de Portugal e uma Supertaça, mas não esquecendo as outras modalidades, que muito dinamizou, contribuindo para um dos períodos mais ricos do Clube em termos de conquistas, que atingiram os impressionantes números totais de mais de 1200 títulos nacionais, 52 Taças de Portugal, 8 Taças dos Campeões Europeus de Corta-Mato, uma Taça dos Campeões Europeus de Hóquei em Patins, modalidade na qual o Clube também ganhou durante a sua gerência, mais duas Taças das Taças e uma Taça CERS.
Nessa altura o Basquetebol e principalmente o Andebol leoninos, também viveram grandes momentos, e no Ciclismo Marco Chagas ganhou duas Voltas a Portugal, enquanto por equipas o Clube ganhava outras tantas.

Nesse período o Sporting chegou a movimentar cerca de 15000 atletas em 22 modalidades, com particular destaque para a Ginástica, que atingiu os 3500 praticantes, entre os quais se destacou Rita Vilas Boas, que em 1986 conquistou uma Medalha de Bronze no Campeonato da Europa de Trampolim.


Foi também nesta altura que Carlos Lopes e Armando Marques se tornaram nos primeiros atletas Olímpicos do Sporting medalhados, com particular destaque para o primeiro, que à Medalha de Prata nos 10 mil metros dos Jogos Olímpicos de 1976 em Montreal, juntou a primeira Medalha de Ouro olímpica da história do nosso País, ao vencer em 1984 a Maratona em Los Angeles, estabelecendo um novo recorde olímpico, e foi três vezes Campeão do Mundo de Corta-Mato.

Entre os inúmeros recordes conseguidos pelos atletas do Sporting nessa altura, destaque para o recorde do mundo dos 10 mil metros de Fernando Mamede e para a melhor marca mundial da Maratona, estabelecida por Carlos Lopes em 20 de Abril de 1985.

Para a história ficam também muitas obras feitas, com destaque para o fecho das bancadas do Estádio José Alvalade, a construção da Pista de Tartan e dos Pavilhões, o aproveitamento das naves, as novas torres de iluminação do estádio, as salas do Bingo e a sala de convívio Joaquim Agostinho.
De resto João Rocha deu particular importância aos sócios, triplicando o seu numero, pois quando chegou ao Sporting o Clube tinha cerca de 40 mil associados, e em 1985 ultrapassou os 130 mil.
Por sua iniciativa o Sporting foi o primeiro Clube português a visitar a China, e com grande sucesso, e também a ir a Angola após a independência, numa altura em que as relações deste País com Portugal, ainda não estavam normalizadas.


Em 1979 despoletou uma crise institucional, queixando-se de falta de apoio para a resolução dos problemas financeiros do Clube e de alguns obstáculos colocados pelos órgãos governativos, que punham em causa a execução da obra que ele tinha planeado para o Sporting, e desafiou a oposição a apresentar listas para as eleições previstas para o mês de Julho de 1980, que mais uma vez ganhou sem concorrência.

Foi durante o seu mandato que em Assembleia-Geral realizada a 11 de Setembro de 1981, foi aprovada uma importante alteração aos Estatutos do Clube, que implicava que para além dos candidatos à Presidência dos Órgãos Sociais do Clube, indigitados pelo Conselho Leonino, todos os outros membros propostos para integrarem esses Órgãos, fossem sujeitos individualmente à aprovação dos sócios, numa altura que João Rocha defendia estarem criadas as condições para que deixasse de ser o Conselho Leonino a indicar os Órgão Sociais.


Em 1981 organizou as comemorações do 75º aniversario do Sporting Clube de Portugal, com um festival nocturno realizado no Estádio José Alvalade, e entre 1981 e 1985 realizou quatro Congressos Leoninos, primeiro em Lisboa, depois no Rio de Janeiro, a seguir em Toronto e finalmente dividindo os trabalhos entre a Madeira e os Açores.
Seria reeleito outra vez sem concorrência no dia 26 de Fevereiro de 1982. Dois anos depois pela primeira vez teve oposição, mas foi novamente reeleito, derrotando de forma clara o candidato Marcelino Brito.
A 9 de Março de 1984 fez aprovar os décimos Estatutos do Sporting Clube de Portugal, onde se criaram os Núcleos, se definiram três categorias de sócios, se estabeleceram vários galardões e distinções e se autorizou a exploração do Bingo.


A 18 de Outubro de 1984, e numa mostra da vitalidade do Clube, João Rocha e Carlos Lopes foram recebidos na Casa Branca pelo Presidente dos EUA, Ronald Reagan.

Apesar de toda esta obra notável realizada por João Rocha, no futebol nem sempre as coisas lhe correram bem, principalmente nas "guerras" que protagonizou com um FC Porto emergente e com o seu líder Pinto da Costa, que custaram ao Sporting a perda de alguma influência no futebol português, e desgastaram muito o seu Presidente.
Assim na véspera das comemorações do 80º aniversário do Sporting Clube de Portugal, o Presidente João Rocha anunciou que por motivos de saúde iria abandonar o Clube, que deixou em 3 de Outubro de 1986 com 106954 sócios.
Foi distinguido com o Prémio Stromp por três vezes, a primeira em 1973 na categoria Sócio e as outras duas já como Dirigente, e com o Leão de Ouro com Palma em 1987. Foi também considerado Sócio de Mérito do Sporting Clube de Portugal.
Durante o período que ficou para a história do Sporting como o "Projecto Roquete", fez algumas criticas ao rumo seguido pelo Clube, embora nunca tenha manifestado vontade de constituir, ou mesmo de apoiar uma alternativa.



Faleceu a 8 de Março de 2013, com 82 anos de idade.