terça-feira, 27 de abril de 2010

"O autor do célebre canto" - Morais



Morais

 
João Pedro Morais, natural de Alcabideche, concelho de Cascais. Começou a dar os seus primeiros pontapés na bola num pequeno clube, Sporting de Alcabideche. Mais tarde, com idade de juvenil, ingressou no Estoril, começando ai a tornar-se num verdadeiro jogador de futebol chegando mesmo à equipa sénior dos Canarinhos.

Anos mais tarde, em 1954, o interesse de outros clubes tornou-se cada vez mais evidente, chegando mesmo a assinar dois contratos, um a termo pessoal, assinando com o Caldas, e outro com Benfica, assinado por obrigatoriedade com o Estoril. Saiu cara a brincadeira a Morais, pois valeu-lhe um castigo por um ano. Mais tarde viu o seu castigo a ser reduzido para metade do tempo. Terminada a referida suspensão, Morais, detentor do seu passe, decide ingressar no Torriense. Permanece no clube de Torres Vedras, três temporadas, realizando exibições de alto nível. Em 1958, ao fim de muito namoro, o Sporting contrata Morais.

Eis a sua ficha biográfica desportiva no Sporting:  

Nome: João Pedro Morais
Data de Nascimento: 6 de Março de 1935 (Cascais) ;
Épocas: 11 (1958-69) ;
Jogos: 255 ;
Golos: 66 ;
Campeonato Nacional: 2 títulos (1961/62 e 1965/66);

Taça de Portugal: 1 título (1962/63) ;
Taça das Taças: 1 título (1963/64) ;
Selecção Nacional: 10 Internacionalizações ;



Chega a Alvalade para fazer parte do plantel leonino, sob o comando de Enrique Fernandez. O treinador uruguaio, fez algumas experiências com Morais, mantendo-o sempre a extremo, alternando apenas o lado esquerdo e direito. Mais tarde, em 1961/62, com a equipa a ser comanda por Juca, Morais, torna-se nessa mesma época uma das pedras-chave, na construção do jogo e do poderio ofensivo leonino, levando mesmo a equipa à conquista do título de Campeão Nacional. Na época seguinte, 1962/63, obtém o seu maior score de golos numa época, apontando 24 golos, contribuindo decisivamente para a conquista da Taça de Portugal frente ao V.Guimarães (4-0), permitindo ao Sporting estar presente na Taça dos Vencedores das Taças na temporada seguinte.

Na época 1963/64, com Anselmo Fernandez no comando da equipa leonina, Morais, começa inicialmente a jogar a defesa-lateral. Mais tarde, o seu nível exibicional decresceu, passando a não ser a primeira escolha. Em vésperas da celebre final na Bélgica, Hilário, defesa-esquerdo leonino, sofre uma grave lesão num jogo disputado em Alvalade frente ao V.Setúbal. Morais foi o escolhido para ocupar o seu lugar na final, que viria a terminar num empate a 3-3. A respectiva final tinha deixado algumas marcas profundas nos jogadores leoninos, o que lhes impedia de prestarem o seu contributo para a finalíssima.

"Estávamos a treinar na véspera e o Artur Agostinho disse-me que certamente eu iria jogar, desta vez a extremo-esquerdo porque o Bé tinha sofrido uma entrose. Lá fiu tapar mais um buraco." Morais.

Foto: Morais aponta o golo de canto directo, na celebre finalíssima de Antuérpia.

Devolvidos dois dias da Final, jogava-se a finalíssima, e sob as ordens de Anselmo Fernandez, Morais iria jogar a extremo-esquerdo, passando José Carlos a lateral-esquerdo. Morais sonhou que viria a marcar um golo de canto directo, e aos 20 mim. do encontro beijou a bola, e sonho tornou-se realidade. Protagonizou-se assim o celebre cantinho do Morais.


Mais tarde, na época 1965/66, volta a sagrar-se Campeão Nacional, desta vez jogando a defesa-direito. No fim dessa mesma temporada, foi um dos selecionados para o celebre Mundial de 1966 em Inglaterra, onde Portugal classificou-se em terceiro lugar. Morais foi utilizado em 3 jogos dessa competição, onde ficou sempre ligado à história da lesão de Pelé no jogo frente à selecção Brasileira. No Sporting, permanece mais três temporadas de leão ao peito, acabando por abandonar Alvalade com 34 anos, onde ruma até à África do Sul. Por lá permanece apenas um ano, regressando a Portugal para jogar no Rio Ave. Ao fim dois anos na equipa vila-condense terminada a sua brilhante carreira de futebolista.

1 comentário:

  1. Morais deste tanto ao Sporting e SCP não te deu nada,foste um herói do futebol e do teu Clube de sempre.
    Hoje,o SCP dá a quem não honra a camisola nem o Sportinguismo.
    Paz à tua alma,és eterno com saudade Leonina.
    O Leão
    Pedro jorge

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