Manuel Vasques nasceu no Barreiro, onde começou a trabalhar muito novo como aprendiz de carpinteiro na CUF, e aos 17 anos já jogava na equipa principal da Companhia, passando então para os escritórios como prémio pelos seus golos, que começaram a despertar os apetites dos grandes clubes de Lisboa.
Sobrinho de Soeiro o grande goleador do Sporting na década de 30 e o seu ídolo, Vasques foi alertado pelo tio para nunca assinar nenhum contrato sem antes falar com ele, e assim quando foi convidado pelo Benfica aceitou treinar, agradou mas não assinou, e foi então que o seu tio o levou para o Sporting, que chegou a acordo com a CUF, garantindo a contratação do promissor avançado.
Recebeu 18 contos no acto da assinatura, depositou-os no banco, e por razões sentimentais nunca os levantou. Começou então a ganhar 600 escudos por mês e rapidamente se impôs como titular na equipa principal do Sporting, integrando então a mítica linha avançada, que ficou conhecida como os Cinco Violinos.
Eis a sua ficha biográfica desportiva no Sporting:
Nome: Manuel Soeiro Vasques
Data de Nascimento: 29 Julho de 1926, Barreiro.
Épocas: 13 (1946 a 1959);
Jogos: 339;
Golos: 221;
Campeonato Nacional: 8 títulos (1946/47; 1947/48; 1948/49; 1950/51; 1951/52; 1952/53; 1953/54); Obreiro na conquista do tri e tetracampeonato.
Melhor marcador do Campeonato Nacional na época de 1950/51, com 29 golos.
Campeonato de Lisboa: 1 título (1946/47);
Taça de Portugal: 2 vitórias (1947/48; 1953/54);
Internacionalizações: 26
Vasques tratava o esférico como queria, mas ao mesmo tempo havia dias em que parecia ter-se esquecido do seu talento em casa, e passava ao lado dos jogos, até porque nunca foi homem para grandes correrias, choques ou esforços desnecessários, o que nem sempre agradava aos adeptos.
Encerrou a sua carreira em 1959 com 33 anos, um percurso em tudo idêntico ao do seu sócio José Travassos, que chegou ao Sporting no mesmo dia que ele, e de Alvalade saiu também nessa altura.
Foto: Vasques, despede-se do futebol em 30 de Agosto de 1959. Na foto, lê o discurso de agradecimento perante o vasto público presente no antigo Estádio José Alvalade.
Posteriormente explorou a tabacaria do Estádio e trabalhou no Loja Verde, mantendo assim a sua ligação ao Clube, onde o seu nome será recordado para sempre como uma das suas maiores figuras. Faleceu a 10 de Julho de 2003.
Tive o privilegio, de ter conhecido este Violino pela mão do meu Pai, na Loja Verde do antigo Estádio José de Alvalade. Tivemos alguns minutos à conversa, e falámos da nossa grande paixão, Sporting Clube de Portugal.
ResponderEliminar