quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Alvalade transbordou de alegria :: 1980



No dia mundial da criança, 1 de junho 1980, o Sporting jogava naquela tarde em Alvalade o trabalho de uma época inteira. Passados oito dias do célebre jogo de Guimarães, em que o Sporting venceu com um auto golo de Manaca, o Campeonato chegava ao fim naquela tarde. Última jornada, o adversário era o U.Leiria, o Sporting tinha apenas um ponto de vantagem do FC Porto, que jogava à mesma hora em Espinho.
A Festa começou bem cedo, logo aos 3 minutos em Alvalade os 60 mil adeptos festejam o primeiro golo do Sp. Espinho. O cenário de festa começava a desenhar-se, pois aos 28 min. Manuel Fernandes abriu a contagem para o Sporting. Resultado 1-0 ao intervalo, o mesmo se mantinha em Espinho, com a equipa portista a perder 1-0.

Na segunda parte, a equipa sportinguista, ministra por Fernando Mendes, queria compor a moldura de Alvalade, Jordão necessitava apenas de dois golos para alcançar a bola de prata, Nené do Benfica chegava a esta última jornada com um total de 29 golos, líder isolado na lista de melhores marcadores.


Com toda a equipa direccionada no sentido de Jordão, os golos lá acabarão por aparecer. Aos 72 e 88 mim Jordão bisava, e chegava à tão desejava bola de prata, pois com o empate a 0-0 do Benfica na Madeira frente ao Maritimo, Nené acabaria por ver-se ultrapassado por Jordão. Registo final, 30 golos conseguidos pelo jogador Sportinguista. (o Fc Porto acabaria por perder 2-0 em Espinho)

Estádio José Alvalade (Lisboa), 1 de Junho 1980.
Árbitro: Marques Pires (Setúbal)
Equipa: Fidalgo (Vaz, 80); José Eduardo, Bastos, Meneses e Barão; Eurico, Fraguito e Ademar; Manuel Fernandes (cap.), Jordão e Manoel.Treinador: Fernando Mendes

Golos: 1-0, Manuel Fernandes (28min); 2-0, Jordão (72m); 3-0, Jordão (88m).





" O árbitro Marques Pires confessou me, que iria ter algum receio de apitar a partida, pois com a quantidade de adeptos no redor do relvado, ele próprio não conseguia ver os seus fiscais de linha.", Manuel Fernandes.
" Saí de surra do relvado a 3 minutos do fim da partida, foi ouvir o relato para o balneário. E mesmo assim já foi um pouco complicado, pois as pessoas já tinham cercado as portas do balneário. Hoje isso era de todo impossível. Foi uma tarde linda que o Sporting viveu.", Fernando Mendes (treinador).
"Ao intervalo os meus colegas, fizeram apostas entre eles que eu ainda iria conseguir marcar dois golos. Realmente acabei por conseguir com a ajuda de todos eles. Jamais esquecerei aquela tarde de Alvalade ". Jordão.

2 comentários:

  1. Caro Leão não sei o que dizer,depois de recordar aquela linda tarde em Alvalade,já tenho saudades de viver aqueles momentos de alegria e de vitória.No momento presente é dificil termos as alegrias leoninas daquele tempo,mas continuamos a ser sportinguitas de alma e coração.Parabens pelo bloog,está um espectáculo,é de continuar,embreve voltarei ao mesmo,viva o SPORTING saudações Leoninas.
    pjml

    ResponderEliminar
  2. Que grande e luminosa tarde! Ai que saudades ai, ai, do mais lindo de todos os campeonatos conquistados pelo SPORTING. Se tivesse uma máquina do tempo ao meu dispor, recuaria sem dúvida a esse 1 de Junho de 1980. Felizes os que viveram essa tarde.
    Algumas precisões e acrescentos: o SPORTING era treinado pela dupla Fernando Mendes/Radisic. Quem iniciou a época foi o Prof. Rodrigues Dias, mas foi substituído ao cabo de algumas jornadas.
    O que se viveu nesse dia em Alvalade foi único, até pela irrepetível circunstância de terem estado na superior milhares de benfiquistas, vestidos a preceito, a comemorar o título do SPORTING, o que teve retribuição logo no sábado seguinte, com milhares de leões no Jamor a ajudar o Benfica a ganhar a Taça ao Porto. Era o ano da "santa aliança".
    Não me recordava da fuga de Fernando Mendes para os balneários, mas lembro-me perfeitamente de que, quando soou o apito final do árbitro, todos terem fugido da imensa multidão que invadiu o terreno de jogo. Todos? Não, houve um que, em vez de ter corrido para o balneário, correu de braços abertos para os adeptos, sendo rapidamente soterrado por uma autêntica pirâmide humana, só voltando à superfície muito tempo depois. Era o nosso capitão, um de nós em campo, um exemplo de sportinguismo puro, orgulhoso e apaixonado - Manuel Fernandes de seu nome, o camisola 9, ídolo máximo da geração de adeptos a que pertenço.
    Tendo assistido ao jogo no antigo peão, jamais me esquecerei, antes de marcarmos o 1º golo, dos sorrisos do extremo-esquerdo da União de Leiria sempre que lhe chegava uma bola e a deixava passar entre as pernas para sair pela linha lateral e beneficiar o SPORTING com um lançamento. Era o Dinis, o brinca-na-areia, em final de carreira, mortinho como nós que o SPORTING fosse campeão...
    Uma palavra final para os mais esquecidos e para os mais jovens: nessa época de sonho, com um plantel muito mais fraco do que o actual, também começámos muito mal o campeonato, estão a perceber?
    Ah, é verdade, e o nosso lema era: em frente, SPORTING!

    ResponderEliminar